No ambiente corporativo, o Programa de Demissão Voluntária, também conhecido como PDV, é uma estratégia que as empresas utilizam para reduzir o quadro de funcionários.  Esta iniciativa proporciona incentivos e benefícios para encorajar os próprios funcionários a expressarem o interesse em sair voluntariamente, em vez de serem dispensados.

Mas afinal, o que é o PDV e como ele funciona?

Para os profissionais de DP e RH, compreender os fundamentos deste programa, suas diretrizes e os benefícios associados à sua implementação é essencial. Portanto, esteja preparado para tomar nota de todas as orientações necessárias, pois neste post, vamos explorar detalhadamente esse tema e esclarecer as principais dúvidas.

Então, continue a leitura para entender como o PDV pode impactar tanto os colaboradores quanto a organização.

O que é programa de demissão voluntária

O Programa de Demissão Voluntária (PDV) é uma medida legal utilizada para reduzir o quadro de funcionários de uma empresa, estabelecendo um acordo entre empregador e funcionário para uma demissão consensual e coletiva.

Seu propósito é incentivar os colaboradores a solicitarem sua saída de forma voluntária, muitas vezes mediante a oferta de benefícios pela empresa, facilitando o encerramento do contrato de trabalho. Vale ressaltar que o PDV pode ser implementado tanto em empresas privadas quanto em estatais.

Em diversas ocasiões, o programa de demissão voluntária pode ser atrativo, especialmente para aqueles próximos à aposentadoria, uma vez que pode incluir benefícios financeiros significativos, como veremos adiante.

O que é a demissão voluntária?

A demissão voluntária é um processo no qual a empresa disponibiliza um pacote de benefícios para os funcionários que optam por se desligar voluntariamente. Para que seja vantajoso ao funcionário, a organização elabora um Plano de Demissão Voluntária (PDV) com incentivos financeiros mais atraentes do que os oferecidos em uma rescisão contratual sem justa causa.

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Essa abordagem beneficia também a empresa, reduzindo seus custos com demissões e evitando os transtornos relacionados ao desligamentos em massa. No entanto, o PDV geralmente é negociado com o sindicato da categoria antes da empresa apresentar aos colaboradores.

Apesar das vantagens, a adesão ao programa de demissão voluntária requer atenção aos detalhes, pois em alguns casos a assinatura implica na renúncia a eventuais direitos trabalhistas contra a empresa. Portanto, é essencial buscar orientação jurídica para esclarecer dúvidas, podendo inclusive contar com o suporte dos departamentos jurídicos dos sindicatos.

É possível prever a demissão voluntária?

Em algumas ocasiões, é viável observar indícios que sugerem a possibilidade de um colaborador querer se desvincular voluntariamente da empresa. Esses sinais podem incluir alterações comportamentais, como falta de entusiasmo, desinteresse nas tarefas diárias, irritabilidade e tendência ao isolamento.

Uma abordagem eficaz para antecipar demissões e promover a retenção de talentos é a aplicação do People Analytics. Através da análise contínua do desempenho dos colaboradores, incluindo a avaliação do seu nível de engajamento e do clima organizacional, torna-se mais factível antecipar ou mesmo prevenir tais situações.

É importante destacar que o desânimo nem sempre está diretamente relacionado às atividades laborais, sendo crucial manter canais de comunicação abertos com os colaboradores para alinhar suas necessidades e expectativas individuais com as da empresa.

É fundamental ter em mente que a saída voluntária de colaboradores é uma faceta inerente à dinâmica do mercado de trabalho e pode ser motivada por uma variedade de razões. Portanto, cabe às empresas e aos gestores o compromisso de cultivar um ambiente de trabalho saudável e inspirador, visando minimizar o risco de perda de talentos.

Quais são as regras do programa de demissão voluntária?

Para garantir a legalidade do Programa de Demissão Voluntária sem correr o risco de o funcionário se arrepender do acordo ou de o programa ser questionado judicialmente, é fundamental observar suas regras e como ele funciona.

O principal aspecto é que o PDV esteja descrito em acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho. Além disso, por ser um programa voluntário, qualquer cláusula que force o funcionário a aderir é considerada ilegal. Da mesma forma, é ilegal que a empresa aplique punições aos colaboradores que optarem por não aderir à demissão voluntária.

Para que o programa de demissão esteja de acordo com a legislação trabalhista, é necessário que cumpra alguns requisitos essenciais. Esses requisitos incluem:

  • A aceitação pelos representantes sindicais da categoria e pelo governo;
  • A descrição detalhada das vantagens e desvantagens para funcionários que aderirem ao programa;
  • A adesão voluntária sem retaliação aos profissionais;
  • A inclusão apenas das partes vinculadas por relação jurídica de emprego;
  • A demonstração de condições de igualdade sem discriminação de trabalhadores;
  • A apresentação de uma justificativa para a necessidade do PDV.

Assim, um programa de demissão voluntária deve seguir as diretrizes que mencionamos anteriormente, além de conter uma estrutura com os seguintes aspectos:

  • Justificativa do plano: explicação do motivo pelo qual está sendo proposto;
  • Direitos: incluindo direitos patrimoniais e transacionável;
  • Liberdade: garantia de que a decisão de aderir está nas mãos do colaborador;
  • Descrição das vantagens: abrangendo incentivos como isenção de imposto de renda;
  • Prazo: estipulação do tempo limite para inscrição no plano.

Quais são as vantagens do PDV para a empresa?

A empresa que decide implementar um programa de demissão voluntária usufrui de alguns benefícios, tais como:

  • Economia com os gastos em folha de pagamento;
  • Redução do número de funcionários;
  • Reestruturação do setor financeiro, especialmente em períodos de crise;
  • Diminuição das queixas trabalhistas;
  • Redução dos pagamentos de indenizações decorrentes de processos judiciais relacionados a desligamentos.

Contudo, existe alguma vantagem para os colaboradores em relação ao PDV? A demissão nunca é um tema fácil de se tratar, principalmente por parte dos funcionários.

Geralmente, os benefícios para os funcionários que aderem ao programa de demissão voluntária incluem:

  • Indenização correspondente a um salário mensal (ou fração deste) por ano de serviço;
  • Assistência médica estendida ao funcionário e seus dependentes por um período que varia de seis meses a um ano após a assinatura do contrato;
  • Complementação do plano de previdência privada;
  • Manutenção de benefícios como auxílio-alimentação por alguns meses após a assinatura do contrato.

Porém, essas vantagens podem variar de empresa para empresa. É possível que os funcionários percam alguns benefícios previstos em legislação, como o seguro-desemprego e a multa por demissão sem justa causa. Contudo, isso dependerá do acordo firmado, sendo que a intenção principal é preservar todos os direitos típicos de uma demissão sem justa causa.

Quais são os direitos dos funcionários no programa de demissão voluntária?

Aderir ao programa de demissão voluntária pode ser atrativo para aquele funcionário que já vinha considerando pedir demissão, mas tinha receio de perder seus direitos trabalhistas.

Os direitos dos participantes do programa não estão estipulados por lei, sendo determinados pelo empregador ao elaborar a proposta ou negociados pelo sindicato através de convenção ou acordo coletivo. Contudo, é essencial que o plano sempre garanta mais direitos do que os que o funcionário receberia em uma demissão voluntária convencional.

Além dos benefícios mencionados anteriormente, os funcionários que aceitam o PDV têm direito a:

Também é possível que o contrato do PDV inclua alguns benefícios legais adicionais, como o pagamento de um salário mínimo extra por cada ano de serviço na empresa.

Além disso, a empresa pode oferecer complementação do plano de previdência privada e assistência médica para o colaborador e seus dependentes por um período que varia de seis meses a um ano após o desligamento.

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Há alguma relação entre o PDV e o término do contrato?

De acordo com a legislação, o encerramento do contrato no PDV só tem validade legal se a demissão voluntária estiver na convenção coletiva ou em acordos coletivos de trabalho.

No entanto, a lei não garante nenhum direito ao trabalhador que adere ao PDV. Portanto, os benefícios associados à rescisão do contrato por meio do programa de demissão voluntária devem ser por meio de negociação coletiva e devem estar claramente no texto do acordo.

Em outras palavras, independentemente da empresa ou da categoria profissional, a empresa só pagará as obrigações pendentes ao funcionário se isso estiver explicitamente mencionado no contrato do PDV. Se essa informação não estiver especificada no documento, o funcionário demitido pode recorrer à Justiça do Trabalho para pleitear o pagamento das suas pendências.

Devido à flexibilidade na elaboração do contrato de PDV, a quitação do contrato pode variar de empresa para empresa. Portanto, é crucial que o empregador redija esse documento com cautela, prestando atenção a todos os detalhes.

Conclusão

Espero que esse artigo tenha te ajudado a entender melhor como o PDV funciona e quais são as suas regras. Então, caso um dia precise utilizá-lo, não deixe de passar por aqui e reler as informações sobre esse tema.

Lembrando que o PDV pode ser uma alternativa vantajosa tanto para os colaboradores que desejam sair da empresa de forma mais amigável e com benefícios adicionais, quanto para as organizações que buscam reduzir custos em tempos de crise e reestruturar seus quadros de funcionários de maneira mais flexível.

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Até a próxima!

O que é o Programa de Demissão Voluntária e como ele funciona?

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